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sábado, abril 22, 2006

Não somos cegos Sr. Madaíl!

Possivelmente, já estarei a falar um pouco demais de futebol neste blog, mas há coisas que aparecem e que merecem ser comentadas.
Venho aqui falar da mais recente polémica em torno do "caso Baía" (já farta, não?). Ao que parece, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, deu uma entrevista, na qual falou de pressões para levar Vítor Baía ao Mundial. O presidente da FPF, Gilberto Madaíl, já veio a público manifestar a sua incredulidade pelas declarações de Blatter. Incredulidade?! Sr. Madaíl, o povo português pode ser muito estúpido às vezes, mas não é cego. Então essas pressões não são públicas? Os jornais não passam a vida a passar a mensagem que Baía "deve" ir à selecção? Ricardo não passa a vida a ser crucificado, porque "cometeu o erro" de ser o preferido de Scolari para titular da baliza portuguesa? Por favor, não se enterrem mais no lamaçal em que se meteram!
Para encerrar este assunto, gostaria de pôr dois grandes pontos em discussão.
Ponto nº1: Não o nego, sou sportinguista ferrenho. Mas isso nunca me impediu de ver as coisas com clareza e imparcialidade. Ricardo não merecia ser o titular da selecção no Euro 2004, pois tinha vindo de uma má época ao serviço do "meu" Sporting. Por outro lado, Baía vinha de uma boa época e merecia o lugar. Scolari foi teimoso, e na minha opinião ganhou a aposta. Não me posso esquecer do penalties contra a Inglaterra...quase chorei ao ver Ricardo ser elevado de vilão a herói. Mas recuando no tempo, mais precisamente ao Mundial 2002, Ricardo vinha duma época excelente e era titular indiscutível da selecção. Baía vinha duma lesão e saltou, injustamente, para titular. Aposta perdida.
Ponto nº2: A imprensa nunca escondeu a sua preferência por Baía. Não esqueço o grito de revolta de Ricardo em directo para a Sportv, quando estavam a falar mal dele. Ricardo apenas pedia alguma justiça e que o deixassem fazer o seu trabalho em paz. No dia seguinte foi crucificado nos jornais. Por outro lado, Baía pediu mais do que uma vez explicações, em público, por ter sido preterido por Ricardo (nunca as teve, nem as deve ter. As escolhas são de Scolari e um treinador não deve explicar as suas escolhas aos jogadores). Mas por ser Baía nunca houve ninguém que o criticasse por levantar a voz, já quando é o Ricardo a levantar a voz...pois é, cai o Carmo e a Trindade.
Por tudo isto, Sr. Madaíl, não caia no ridículo de se fingir incrédulo, mas aceite as declarações de Blatter. Ao menos alguém de fora vê o nojo em que se tornou o "caso Baía".

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